*por João Renda Leal Fernandes, Mestre em Direito pela UERJ, Visiting Researcher na Harvard Law School (2019-2020)

O tetracampeonato mundial de futebol dos EUA reacendeu o debate sobre isonomia salarial entre homens e mulheres no esporte, em virtude da existência de uma ação trabalhista movida por todas as 28 jogadoras da seleção feminina em face da Federação norte-americana (U.S. Soccer), analisada detalhadamente na última semana em excelente artigo de Cássio Casagrande (clique aqui para ler).
Após a vitória por 2 a 0 sobre a Holanda na final da Copa do Mundo da França, a torcida entoava o cântico de “equal pay” (igualdade salarial) nas arquibancadas, consoante se pode observar nessa reportagem da NBC News (clique aqui para assistir).
Capitã da seleção norte-americana, a veterana Megan Rapinoe já vinha se recusando a cantar ou colocar sua mão sobre o peito durante a execução do hino americano, como forma de protesto pela desigualdade salarial entre os atletas das seleções masculina e feminina.
Além de mais um título mundial, Rapinoe foi uma das artilheiras da competição, tendo sido eleita a melhor jogadora do torneio. Por seu excepcional desempenho, ainda foi agraciada com uma Bola de Ouro, uma Chuteira de Ouro e o prêmio de melhor jogadora da final.

Ao longo da Copa, Megan Rapinoe chegou a declarar que obviamente não iria à Casa Branca cumprimentar o Presidente Donald Trump após o término da competição. Trump respondeu via Twitter: “Megan deve ganhar primeiro, antes de falar! Termine o trabalho!” (“Megan should WIN first before she TALKS! Finish the job!”).
Após a troca de farpas com a jogadora, Trump convidou todo o time feminino à Casa Branca, independentemente do resultado final do torneio.
Megan aparentemente “terminou o trabalho”, conforme recomendado.
Até o momento, embora já tenham retornado aos Estados Unidos, não há sinais de que qualquer atleta da seleção tetracampeã visitará a Casa Branca.